Milhares de pessoas são acometidas por essa síndrome e não sabem o que se passa com elas, pois é uma enfermidade de difícil diagnóstico. Fazem tratamentos diversos que nada resolvem. Sofrendo por muitos anos até que descubram o que realmente têm.
Estou divulgando a SINDROME DE SJOGREN, a pedido da amiga Valéria, que mesmo em meio à sua dor, ainda tem vontade e energia de contribuir para que outras pessoas encontrem a solução o mais rapidamente possível, a fim de minimizar o que passam procurando um médico e começarem o tratamento direcionado adequado.
Tânia
SINDROME DE SJOGREN
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1/12/2008 - 00:01
Por: Dr. Armando Miguel Jr
A síndrome de Sjögren (SS) é uma desordem inflamatória crônica, auto-imune, caracterizada por infiltração linfocítica das glândulas exócrinas, em particular das glândulas lacrimais e salivares e de tecidos extraglandulares.
A doença afeta mais mulheres que homens (9:1), com faixa etária variando entre os 17 e 75 anos. O exato impacto da morbidade e da mortalidade da SS na população geral é desconhecido.
Os paciente portadores de SS (ceratoconjuntivite sicca primária) geralmente não comentam sobre a falta de saliva e lágrima, a não ser quando perguntado a respeito, e nem relacionam este achado com os problemas osteoarticulares. Aproximadamente 35% a 38% dos indivíduos idosos referem sensação de olho e boca secos, respectivamente. No entanto, apenas 10% destes pacientes apresentam evidências objetivas de redução da produção lacrimal e salivar, e 0,04% a 2,7% apenas preenchem critérios para SS.
Xeroftalmia - Os sintomas oculares da SS ocorrem secundariamente à atrofia do epitélio secretório das glândulas lacrimais maiores e menores e à interrupção da sua inervação neurovascular. Queixas de xeroftalmia são muito mais comuns do que uma ceratoconjuntivite seca evidente.
Os pacientes com ceratoconjuntivite seca apresentam diminuição do componente aquoso da lágrima. O desequilíbrio entre a secreção aquosa e a mucinosa da lágrima leva a um relativo aumento da secreção mucinosa, clinicamente notado como um muco aderente que pode ser observado no olho dos pacientes. Na xeroftalmia grave pode ocorrer uma ceratite filamentosa importante e os filamentos provocarem sensação de corpo estranho que tende a progredir.
O sintoma mais característico é a sensação de queimação que se agrava com o passar do dia e alivia com a instilação de lágrimas artificiais. Fotossensibilidade não é comum a menos que a ceratoconjuntivite seja grave; sua presença deve alertar para a possibilidade de uma uveíte anterior de outra etiologia.
Pode ocorrer ainda blefaro-espasmo, edema corneal, conjuntivite e blefarites.
Os pacientes acometidos têm dificuldade de tolerar lentes de contato, ar condicionado e problemas nos climas secos e quentes.
A formação insuficiente da lágrima pode ser comprovada pelo teste de Schirmer, que é feito com um papel filtro especial colocado em contato com a lágrima.
Sintomas de secura nos olhos e na boca, mialgias e fadiga são extremamente comuns na população geral associados com ansiedade, depressão, efeitos colaterais de medicamentos (antidepressivos tricíclicos e alguns medicamentos para resfriados e certas cardiopatias) e, muitas vezes, com doenças que cursam com disfunção do sistema nervoso autonômico.
Xerostomia - A xerostomia é considerada critério de difícil definição e mensuração, podendo ocorrer em outras condições:
1. temporárias - uso de anti-histamínicos etc.; infecções bacterianas e virais, em especial caxumba; de sidratação; depressão e síndrome do pânico;
2. crônicas - antidepressivos, diuréticos, clonidina, anticolinérgicos, neurolépticos etc.; doenças granulomatosas tais como sarcoidose, lepra, tuberculose; amiloidose; infecção por HIV; doença do enxerto versus hospedeiro; fibrose cística; diabetes mellitus não controlada;
3. outras - radioterapia, trauma ou cirurgia em cabeça e pescoço; glândulas malformadas ou ausentes.
Ocorre aumento de parótida, mas freqüentemente não é detectado, pelo médico que não procura por este achado.
A SS artralgia de pouca intensidade, mas pode ser confundida com dores da atividade esportiva.
Diagnóstico - Os pacientes com síndrome de Sjögren apresentam fator reumatóide e anticorpos antinucleares no sangue (FAN). Freqüentemente ocorre elevação dos níveis de imunoglobulina, resultando em velocidade de hemossedimentação elevada, assim, como anti-SS-A/Ro e antiSS-B/La.
Tratamento - No tratamento dos olhos e boca ressecados pode ser usado agonistas dos receptores muscarínicos, o que sugere o bloqueio reversível da ação de citocinas das conexões neurais aferentes das glândulas pode ter papel importante no controle desses sintomas.
Síndrome de Sjögren secundária - A SS secundária (SSS) ocorre em 15% a 40% dos pacientes com artrite reumatóide (AR) e em cerca de 8% a 30% dos pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES).
Manifestações sistêmicas da síndrome de Sjögren
Geral– Fadiga, mal estar e febre.
Olho, ouvido e garganta – epistaxe, otite media, distúrbios da condução auditiva, surdez, zumbido, sinusite recorrente, língua com aspecto de língua de jacaré.
Gastrointestinal – distúrbios da motilidade esofágica, refluxo, gastrite atrófica, pancreatite autoimmune, doenças hepaticas.
Genitourinário – uretrite, cistite, vagina seca
Hematológica – anemia, leucopenia, linfopenia, crioglobulinemia, linfoma.
Neurológica – neuropatia periférica, neuropatia dos nervos cranianos, nevralgia do trigêmeo, envolvimento do sistema nervoso central.
Respiratória – xerotraqueite, bronquite e pneumonia recorrente, pneumonia lintersticial linfocítica, fibrose pulmonary, bronquiestasia, bronquite obliterante com pneumonia em organização (BOOP).
Renal – nefrite intersticial, hipostenúria, acidose tubular renal tipos 1 e 2.
Reumatologia – artralgias, poliartrites, mialgias, miosites, fenômeno de Raynaud.
Pele – pele seca (xerodermia), púrpura, urticária, vasculite.
Referências:
Price EJ, Venables PJ - The etiopathogenesis of Sjögren´s syndrome - Semin Arthritis Rheum. 1995;25:117-133.
Creamer, P & Hochberg, MC - Classification and diagnosis of Sjögren’s syndrome. Up To Date, 8 (2), p. 1-6, 2000.
Reveille, John D. and Frank C. Arnett. 1992. The Immunogenetics of Sjogren’s syndrome. Rheumatic Disease Clinic of North America 18(3): 539-50.
Dermis Dermatology Internet Service. 1998. Sjogren’s syndrome. Unversity of Erlangen Nurnberg. 6 April 2000 [on line]
Sjogren’s Syndrome Foundation. [on line]
Sjogren’s Syndrome Research Centre. [on line]
Veja - Síndrome do olho seco
Valeu Taninha... A SS acomete nove mulheres para cada homem,geralmente na quarta década de vida. O diagnóstico prévio é essencial para controlar a doença. Quando tardio, estabilizar a doença é muito difícil e sofrido. Por isso conto com a sua ajuda para alertar as mulheres que desenvolvem vários sintomas simultâneamente, principalmente boca seca e falta de lágrimas, a procurarem um reumatologista. A Sindrome de Sjögren também é conhecida como síndrome seca.
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